Para o desenvolvimento da primeira parte das atividades do Seminário, decidimos por trabalhar a comunidade de Regência, um vilarejo que fica a pouco mais de 2 horas de Vitória, pequeno distrito de Linhares, não só pela história, conhecida da maioria das pessoas nesta região, mas especialmente pelo seu jeito bucólico, que nos remete prontamente às histórias do passado, das cidades típicas do interior, onde o compromisso com o relógio não passa muitas vezes dos horários para as refeições e da hora pra dormir.
Regência nos revela um descompromisso com as preocupações do mundo atual, uma tranquilidade que em nada nos lembra sequer os dia-a-dia de Linhares há muito já alterada pelo crescimento comercial e populacional.
Crianças brincam alegremente nas ruas, jogam bola, tomam banho à beira do Rio Doce que desemboca no mar num encontro maravilho que muda a cor das águas nas praias daquela região, subir nas árvores durante as brincadeiras ainda é divertimento para elas.
O fim da tarde é um convite para colocar a cadeira na beira da rua e ficar ali, sentado, “tomando” uma brisa fresca e vendo o tempo literalmente passar.
O bate-papo do fim do dia coloca as conversas em dia entre as “comadres”, enquanto bordam e observam o pescador que chega com seus peixes, pescados a anzol, pois a consciência ecológica é uma realidade na vida da população e já se transformou no orgulho dos habitantes de Regência, que faz questão de apresentar aos visitantes as áreas de conservação das tartarugas através do Projeto Tamar.
Em Regência, a vida flui de maneira tranquila, embalada pelas festas de Congo, que conta com o apoio indispensável da Tia Mariquinha e Dona Rute, figuras conhecidas no local por cuidar da manutenção e organização das festas e encontro das bandas de congo, além da história do Caboclo Bernardo que inunda a imaginação das crianças perpetuando o fato ocorrido na região e que é repetidamente lembrado pelos “antigos”, além de ser um fato turístico para os visitantes que se encantam com a história do caboclo, descendentes de negros e índios, que foi condecorado pela Princesa Isabel por ajudar a salvar 128 dos 142 tripulantes do Navio da Marinha Brasileira Cruzador Imperial Marinheiro em 1887.
O contato direto com essa comunidade sem dúvida foi de grande proveito para todos nós, visto que nos colocou frente à realidade local, onde a mistura de credos, folclores, raças, valorização e respeito pela natureza somam para o bem de todos.
Estas são algumas imagens do painel que está sendo montado sobre Regência.
